sábado, 8 de maio de 2010

BULLYNG VIRTUAL OU CIBERBULLYNG

O que as escolas fazem ou deixam de fazer quando Orkut e blogs viram armas para agredir colegas de classe e professores

O "Bullying" virtual ou "ciberbullying", é fenômeno que transfere para a internet as agressões típicas que estudantes mais frágeis ou mais visados sofrem dentro dos muros da escola. Enquanto o clássico "bullying" acontece na sala de aula, no playground e nos arredores do colégio, a versão no ciberespaço transcende os limites da instituição de ensino. 

Hostilidades sempre existiram no ambiente escolar, mas elas se potencializam na rede mundial de computadores, diante da facilidade atual de criar páginas e comunidades na internet. Para humilhar colegas de escola, os meios utilizados vão desde e-mails e mensagens de celular injuriosas, passando por fotografias digitais e montagens degradantes, a blogs com mensagens ofensivas. Os ataques também tomam forma em vídeos humilhantes e ofensas em salas de bate-papo. 

"No mundo real, a agressão tem começo, meio e fim. Na internet, ela não acaba, fica aquele fantasma", compara Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor de prevenção da SaferNet Brasil, ONG cujo foco é desenvolver trabalhos contra a pornografia infantil na web.

O resultado preliminar de uma enquete sobre segurança na internet realizada no site da ONG (www.safernet.org.br) assusta: 46% de 510 crianças e adolescentes que responderam ao questionário a?rmam que foram vítimas de agressões pela internet ao menos uma vez; 34,8% dizem que foram agredidos mais de duas vezes. "Não é apenas uma brincadeirinha. As conseqüências são graves e prejudicam demais as vítimas", ressalta Rodrigo. Dos participantes do levantamento, 31% são de São Paulo, Estado onde, segundo a SaferNet, há o maior número de relatos de "ciberbullying". 

Impunidade 
A sensação de que não vai ser descoberto e de impunidade leva adolescentes a criarem páginas e a dispararem contra os colegas sem medo. "O jovem não pára para pensar que a internet está no mundo. A conseqüência dos crimes contra a honra, de calúnia e injúria na internet é desproporcional ao dano", afirma Patricia Peck Pinheiro, 33, advogada especializada em direito digital. "Há, inclusive, aumento de pena, pois a pessoa foi exposta no mundo." 




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